A vida inteira teve pânico de mar revolto. O vacilo foi confiar na calma turva e movediça da lagoa.
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
terça-feira, 28 de julho de 2009
Opções
Sim ou não, bastava escolher. Mas era indeciso demais.
Postado por Suyan de Melo às 18:56 2 comentários
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terça-feira, 23 de junho de 2009
proporção
Não vou dizer que é desproporcional, pois desconheço as particularidades botânicas e mesmo o nome da planta. Mas assim de passagem arrisco dizer, pelo menos, que é uma proporção bem curiosa.
[Em Laguna, de frente pra orla do Mar Grosso]
Postado por Suyan de Melo às 16:45 3 comentários
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domingo, 31 de maio de 2009
na cama
acordei nas seis horas
do despertador
tinha mais o que fazer
mas inda era cedo
e tão confortável
voltei a dormir
um ruído qualquer
me reacordou
às onze e meia
nem sei de quando
era meio tarde
mas tinha tempo
e fiquei dormindo
despertei, enfim
nem sei que hora
dum dia qualquer
do ano dois mil
e setenta e quatro
me vi no espelho
e – bruscamente
não tinha mais
t e m p o
Postado por Suyan de Melo às 17:34 4 comentários
domingo, 19 de abril de 2009
laranja e amarelo
‘não quero isso aqui!’, pensou
o dono do maracujazeiro
onde a borboleta colava
na folha escolhida
um a um, delicada
sua porção de ovos
cada ovo uma lagarta
que só com muita folha-comida
vira pupa, vai pro casulo
e se metamorfoseia
em borboleta de asa laranja
‘essa praga de lagarta!’
xingou logo o plantador
que gosta é do amarelo-ouro
na casca e na polpa das frutas
mas até em pequenos mundos
em cada ecossistema
já se sabe
há umas brigas por território
deseja-se o ouro
no miolo dos maracujás
deseja-se o laranja
nas asas da borboleta
Postado por Suyan de Melo às 09:28 0 comentários
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domingo, 5 de abril de 2009
todos os dias
Querido meu Deus,
muito, muito, muito grata por tudo. Inclusive pelas dificuldades. Muito grata.
Postado por Suyan de Melo às 08:31 2 comentários
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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
essa gente
‘essa gente’, eu pensava
mas nisso eu era bem nova
era quando eu ainda
já sabia de tudo
essa gente que se perde
em cada coisa pequena
que gasta o tempo
aguando planta
limpando casa
lavando roupa
criando filho
criando bicho
e a vida se esvai
eu olhava essa gente
por fora da moldura
era uma foto onde eu não cabia
até orgulho isso me dava
tudo meu é que prestava
tudo meu é que era bom
eu, quando sabia de tudo
tinha pena dessa gente
que vivia em vão
hoje volto mais cedo
por medo de o jasmim secar
e celebro um tempo novo
de releituras
de limpezas
na casa, nos caminhos
na visão
nos outros sentidos
plenitude
em cada hora mínima
lavando chão e achando bom
hoje eu não sei
mas bem desconfio
- essa gente quando me olhava
também tinha pena de mim
Postado por Suyan de Melo às 15:49 9 comentários
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