domingo, 12 de agosto de 2018

MEMBROS DO INSTITUTO CULTURAL CHACHÁ: SÉRIE ENTREVISTA


(publicada inicialmente em https://issuu.com/ocorreio/docs/ed_1440)


ANDRÉA CRISTIANE NUNES





Natural de Capinzal/SC, tendo morado também em Treze de Maio, Lages e Tubarão, Andréa fixou-se em Laguna em 2017, em razão do trabalho do esposo. 

Formada em Direito, atualmente faz pós-graduação em gestão pública e estuda para o mestrado em ciências da linguagem, além de trabalhar num escritório de advocacia. 

Sobre que reflexão gostaria de compartilhar a respeito da Laguna de hoje: “Laguna tem um grande potencial, porém ainda está adormecida em alguns aspectos”. 

Questiono sobre o contexto de sua participação em segmentos e movimentos culturais na atualidade. A resposta não foi menos que essa: “Ano passado li uma reportagem sobre uma indígena que teve a mão decepada por motivos ligados à demarcação de terras, mas desde pequena me interesso sobre essa cultura. Lia, via fotografias nas páginas da National Geographic que meu pai colecionava e meus olhos brilhavam. Pensava que um dia eu ainda ia conhecer as aldeias, a cultura desse povo, e de fato realizei esse desejo. Participo também de um coletivo que luta pelo direito à moradia, estamos nos reorganizando no Estado. Sempre participei como voluntária em outras áreas. Atuei alguns anos ativamente dentro da entidade Cáritas (sinônimo de “caridade”), lá temos hoje alguns trabalhos junto aos imigrantes (africanos, haitianos e venezuelanos).” 

Além de todas essas vivências, cujo compartilhamento desde já enriquece a alma e as atividades deste nosso Instituto Chachá onde recentemente ingressaste, inclusive compondo a diretoria como Primeira-secretária, gostarias de destacar alguma outra experiência? “Sim, sobre o trabalho com os indígenas. No começo do ano passado participei de um encontro em Goiás, onde tive a chance de conhecer voluntários e representantes de diversas comunidades tradicionais, como os extrativistas, geraizeiros, quilombolas, catadores de flores, indígenas, pescadores artesanais e outros. Foi muito bonito ver tanta diversidade reunida num só lugar”. 

Voltando ao nosso pintor homenageado, Chachá ou Richard Calil Bulos, pergunto se o conheceu pessoalmente. Se sim, que lembrança tem? Se não, que ideia faz? “Não o conheci, mas conheço suas obras. A ideia que faço dele é de uma pessoa muito sensível que tinha um talento maravilhoso”. 

Por fim: considerando nosso cenário municipal atual, e considerando estares fazendo parte deste grupo (ICC), preocupado com a memória e o compartilhamento da cultura (local e global), da arte e do fazer artístico e cultural, que mensagem gostarias de deixar para as gerações futuras, principalmente as que habitarão essa cidade tão peculiar que é Laguna? “Acredito que temos o dever de preservar e valorizar o que temos. Algumas vezes não conseguimos ver o valor do que possuímos. Mas a história se constrói no hoje, então a responsabilidade é de todos, é do coletivo, e é importante percebermos isso a tempo, para que esses nossos valores não se percam. Estarmos abertos a conhecer, experienciar, fazer a nossa parte sem prejulgamentos, se desprender, se despojar… Acredito que tudo isso nos torna pessoas melhores e também contribui para a compreensão do nosso semelhante”.

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